domingo, 29 de agosto de 2010

“Só não sei sambar”

José Mojica Marins, o Zé do Caixão, é o grande homenageado do enredo da Unidos da Tijuca para o carnaval 2011. Depois de anos sendo convidado para desfilar na Sapucaí, ele finalmente disse sim. Em março do ano que vem, o diretor estará no último carro alegórico da escola, logo depois de uma ala com cem Zés do Caixão, uma das fantasias já desenhadas pelo carnavalesco Paulo Barros.

Na última quinta-feira, dia 26 de agosto, os dois se encontraram no Rio. Mojica caminhando devagar, buscando nos bolsos os maços de cigarro esquecidos no táxi, assim que chegou à porta do galpão da Unidos da Tijuca, parou e ficou olhando com cuidado o pavão azul e amarelo lá pintado. “Pensei em todos os carnavais que recusei. Então, agora tomei a decisão. Já é hora. Não vou recusar mais”, disse ele ao entrar pela primeira vez num "barracão" de escola de samba, já diante de operários trabalhando nas ferragens de carros alegóricos.

Se o meu cinema é carnavalesco?! Aí vai da cabeça de cada um, de como vê. Para alguém pode ser alegre, para outro assustador. Mas, sim, de um jeito é quase um desfile de carnaval dentro do cinema”, afirmou Mojica.

Leia mais aqui e aqui.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

5º Festival Curta Fantástico

Começa na próxima terça-feira, dia 31 de agosto de 2010, o 5º Festival Curta Fantástico - Cinefantasy. Serão exibidas 154 produções, divididas em mostra competitiva de longas e curtas-metragens, mostra paralela e melhores de 2009, além de um filme surpresa, que será lançando no festival. A programação ainda homenageará os cineastas José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e o colombiano Jairo Pinilla.

Para saber mais, clique aqui.

domingo, 22 de agosto de 2010

Mojica em sessão de análise


“O que será que tem do outro lado da vida? O que vem depois da morte? Eu realmente comecei a me interessar por isso”, diz José Mojica Marins. Seu personagem Zé do Caixão esclarece com mais questões: “O que é a vida? É o princípio da morte. O que é a morte? É o fim da vida. O que é a existência? É a continuidade do sangue. O que é o sangue? É a razão da existência”.

Ele é o papa do gênero fantástico. Seu primeiro filme, Juízo final, já tinha um “caixãozinho”. Pesquisou religiões, se intrigou pelos olhos tristes de Charles Chaplin. Fez fitas de bangue-bangue de caráter nacional. Trabalhou na boca. É um ídolo internacional. É fã do cinema preto-branco-e-cinza. “Sonhos, pesadelos, drogas e alucinações te levam a ver o mundo colorido. Mas quando você volta para a realidade, você vai ver que tudo é preto e branco”, diz Mojica.

Ouça o programa na íntegra aqui.

sábado, 14 de agosto de 2010

Conselhos do mestre

"Atravesse um cemitério, passe numa encruzilhada, procure uma macumbeira e converse com ela sobre o que vem depois da morte. Quem sobreviver terá uma bela história para contar para seus filhos e netos".

Recomendações de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, ao público presente na abertura da 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 13 de agosto de 2010.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

13 filmes para a sexta-feira 13

Por Gustavo Di Lorenzo Villas Boas, para Veja São Paulo

Toda semana tem uma sexta-feira. Todo mês tem um dia 13. O problema é quando essas datas se encontram. Pior que cruzar o caminho de um gato preto, passar por baixo de uma escada ou quebrar um espelho, a sexta-feira 13 é tida como o dia do azar. Veja uma seleção com 13 filmes imperdíveis nessa data:

1. FRANKENSTEIN (1931)

Frankenstein, de 1931, é um dos marcos iniciais do terror. O monstro com testa proeminente e o topo da cabeça achatado, encarnado por Boris Karloff, incorporou-se ao imaginário mundial. Visto hoje, não é tão assustador, mas chocou na época em que foi lançado. Teve duas sequências com Karloff no papel do monstro: ‘A Noiva de Frankenstein’ (1935) e ‘O Filho de Frankenstein’ (1939).

2. PSICOSE (1960)

É impossível falar de cenas clássicas de filmes e não pensar no inesquecível assassinato no chuveiro, de Psicose. O longa é considerado, em inúmeras listas, como um dos melhores da história do cinema. Quem assina a obra-prima é o imortal diretor Alfred Hitchcock, um dos mais apreciados de todos os tempos. Ele é, inquestionavelmente, tido como o mestre do suspense. Dirigiu filmes como ‘Os Pássaros’, ‘Disque M para Matar’ e ‘Janela Indiscreta’.

Filmes anteriores a esse, como ‘Um Corpo Que Cai’ e ‘Intriga Internacional’ foram produzidos em cores. Apesar de já existir tecnologia na época, o filme foi produzido em preto-e-branco. A razão é simples: o diretor precisava convencer a Paramount (que não acreditava no projeto) a custear a produção. Para tal, além de abrir mão das cores, não recebeu salário durante o trabalho – ficando apenas com a porcentagem sobre os resultados. O resultado foi estrondoso.

Outra prova da grande expectativa do cineasta sobre o projeto foi a luta pelo sigilo do desfecho. Por ser baseado em um livro, o roteiro já nascia com o segredo aberto em qualquer livraria. Para evitar que o público soubesse do final através da leitura, Hitchcock comprou os direitos da publicação, proibindo o lançamento de qualquer reedição. Não satisfeito, comprou também todos os exemplares à venda.

3. À MEIA-NOITE LEVAREI SUA ALMA (1963)

À meia-noite levarei sua alma foi dirigido por José Mojica Marins. Além do cargo de diretor, ele protagoniza o longa, interpretando o coveiro Zé do Caixão. O personagem se tornou o mais conhecido do cineasta, que passou a interpretá-lo em diversos outros filmes e, inclusive, fora das telonas.

Atualmente, o diretor (interpretando o personagem) é apresentador de TV, em ‘O Estranho Mundo de Zé do Caixão’, no Canal Brasil.

4. O BEBÊ DE ROSEMARY (1968)

A inserção de O Bebê de Rosemary no genêro de ‘terror’ é muitas vezes questionada. Durante todo a fita, não há cenas de susto, pessoas decapitadas, cenas nojentas ou inacreditáveis. Muito pelo contrário: a trama se volta para um terror psicológico, acompanhando o desespero da grávida Rosemary (Mia Farrow). O papel é considerado o mais importante da carreira da atriz, responsável pela sua ascenção.

O filme tem direção do consagrado Roman Polanski e recebeu duas indicações ao Oscar, como melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante (Ruth Gordon), do qual foi vencedor.

5. O EXORCISTA (1973)

O Exorcista é o primeiro na lista dos maníacos pelo gênero. Nele, conhecemos a história de uma jovem garota que, até então, tinha uma vida normal. O problema é que as garotas normais não costumam urinar no chão na frente dos convidados ou gritar palavrões. Ao notar essas atitudes um tanto quanto peculiares, a mãe tenta descobrir o que há de errado com a filha. O que descobre é surpreendente: ela está possuída pelo demônio Pazuzu. Para resolver, a mãe convoca dois padres para combater o visitante e tentar recuperar o corpo da garota. O roteiro é baseado em um livro que, por sua vez, é baseado em fatos reais.

6. O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA (1974)

Um maníaco assassino carrega uma serra elétrica, essa é a premissa de O Massacre da Serra Elétrica, de 1974. Seu protagonista, Leatherface, serviu de modelo para muitos personagens de terror que estariam por vir, como Jason e Michael Myers. O enredo é perturbador e baseia-se em uma história real. Com altas doses de violência e horror psicológico, o filme, feito com menos de US$ 150 mil, faturou mais de US$ 100 milhões em todo o mundo.

7. HALLOWEEN (1978)

Na noite de 31 de outubro de 1963, Michael Myers, então um garotinho de 6 anos, mata sua irmã adolescente a facadas. Após o incidente, é internado em um sanatório, onde é considerado por seu médico como o mal encarnado. Exatamente 15 anos depois, Myers consegue escapar e volta apara sua cidade natal, onde passa a perseguir Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) e suas amigas.

Halloween pode ser considerado um dos filmes independentes de maior sucesso até hoje e recebeu diversas continuações. A assustadora figura de Michael Myers, que tem o rosto coberto por uma máscara branca, com certeza povoou e ainda povoa os pesadelos de muita gente.

8. O ILUMINADO (1980)

Outro que, assim como Psicose, tornou-se referência na indústria cinematográfica e inspirou inúmeras produções posteriores. O longa conta com cenas inesquecíveis (consequência do perfeccionismo do diretor Stanley Kubrick). Dois exemplos são as tomadas do menino no velocípede ou das irmãs mortas no corredor.

Curiosidades: baseado no livro homônimo do famoso autor de suspense, Stephen King, o resultado não agradou nem um pouco o escritor. King criticou o diretor e afirmou que o terror do filme não tinha a mesma intensidade do livro. A explicação é simples: o diretor optou por, assim como em O bebê de Rosemary, trabalhar o terror psicológico.

A trama gira entornou da crise de um pai de família que, isolado em um hotel em que trabalha como zelador, volta-se contra sua esposa e filho. Durante esse surto de loucura, a família tem que sobreviver em uma assustadora perseguição. Como se não bastasse, eles ainda se deparam com questões espirituais sobre a morte.

9. A HORA DO PESADELO (1984)

Na trama, os moradores da Rua Elm sofrem com um aterrorizante pesadelo. Nele, são perseguidos pelo homem com o suéter listrado, um rosto deformado e, o pior: garras afiadas nos dedos. Isso seria normal, qualquer um sofre de sonhos ruins. O problema é quando esse sonho afeta também a realidade – machucando e até matando as vítimas.

10. A COISA (1985)

Quem curte trash, certamente lembra-se do terror A Coisa, de 1985. Nele, mineradores encontram uma gosma abaixo da superfície e, por acaso, descobrem que ela é deliciosa. Rapidamente, uma empresa oportunista aparece e comercializa a substância, vendendo-a como uma espécie de sobremesa, chamada Stuff. A guloseima, porém, é um parasita que devora as pessoas por dentro e as transforma em zumbis. Feito com baixo orçamento e efeitos toscos, o filme diverte e é essencial aos fãs do gênero.

11. HELLRAISER (1987)

O que lhe dá prazer? A questão central da trama é essa. No enredo, há uma relíquia histórica capaz de enviar o usuário a um reino no qual terá prazer inimaginável. Frank, personagem principal, resolve fazer uso do objeto. O problema é que a noção de ‘gosto’ não é universal e, nessa dimensão, Frank entra em contato com os Cenóbitas, povo que aprecia a dor.

12. PÂNICO (1996)

Pânico representou, na década de 90, a retomada de fôlego no gênero, que estava em baixa há quase uma década. Apesar de muitos considerarem o trabalho como um filme trash, ele integra diversas listas consagradas, como ‘500 Melhores Filmes de Todos Os Tempos’ e ‘1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer’.

Na trama, o assassino não é de todo mau. Ao contrário de Freddy Krueger e Jason, o mascarado tem piedade e só mata quem merece (pelo menos nos critérios dele). E o critério é simples: só morre quem não sabe responder às perguntas sobre filmes de terror que o psicopata faz por telefone.

13. ATIVIDADE PARANORMAL (2007)

Atividade Paranormal é, literalmente, um filme caseiro. Gravado em uma casa de verdade (dispensando estúdios), durante apenas uma semana, teve gastos mínimos: apenas 11 mil dólares. O investimento foi certeiro. Se você investir na poupança, suas economias irão valorizar cerca de 0,5% em um mês. Já na bolsa, o sistema é mais arriscado e, se você der um tiro certeiro, pode chegar a ganhos de até 25%. Mas se você for um cineasta esperto, realizador de um filme sobre um demônio que atormenta uma garota que resolve gravar o drama, você pode chegar a lucrar 200.000% só nas primeiras semanas de exibição do seu trabalho.

O longa segue a mesma linha original de ‘Canibal Holocausto’, que inspirou ‘Bruxa de Blair’, ‘Cloverfield’ e ‘REC’: fitas gravadas e encontradas depois de ‘grandes tragédias’. No caso, um casal resolve filmar o seu dia-a-dia, pois acredita ser vítima de problemas paranormais. Eles estavam certos e o resultado é um dos maiores sustos dos últimos anos.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Zé do Caixão e Liz Vamp comandam jornada de horror

Sexta-feira, dia 13, a partir das 22h, a Biblioteca Pública Viriato Corrêa realiza a quinta edição da Fantástica Jornada Noite Adentro. Para abordar o tema “horror”, a programação, que se estende até as 6 horas do dia seguinte, conta com exibição de filmes e encontros com dois convidados: os cineastas José Mojica Marins e sua filha, Liz Marins, ambos caracterizados por seus personagens Zé do Caixão e Liz Vamp.

Segundo Liz, projetos como esse chamam a atenção do público para o gênero terror. “É uma oportunidade para os espectadores tomarem contato, inclusive, com produções pouco exibidas, como é o caso do curta-metragem que realizei, em 2008, em Portugal, Pousada da paz, e do longa de meu pai vetado pela censura brasileira durante o regime militar, Ritual dos sádicos (O despertar da Besta), produzido em 1970”. A diretora afirma que muita gente gosta de ficção e terror, mas só tem contato, essencialmente, com produções estrangeiras. “Isso ocorre pela falta de conhecimento ou porque, quando os filmes nacionais conseguem ser exibidos comercialmente, ficam em cartaz por tão pouco tempo e são tão pobremente divulgados, que acabam tendo pouco público.”

As sessões têm início à meia-noite. Estão também na programação o longa A casa do demônio (2009), de Ti West, sobre uma babá envolvida em um ritual satânico, e um filme surpresa.

Paralelamente à Jornada, o grupo Confraria de Ideias comanda, durante todo o evento, um jogo de RPG Live-Action. Orientados por narradores, os participantes realizam um tipo de teatro de improvisação, em meio a recursos cenográficos, sonoros e outros efeitos especiais que contribuem para a ambientação da história.

Programação completa:

PERFORMANCE: CRENÇAS E DESCRENÇAS DO ZÉ DO CAIXÃO

Na pele de Zé do Caixão, Mojica abre o evento apresentando um esquete teatral que mostra as crenças de seu célebre personagem, e jogando suas conhecidas e aterrorizantes pragas sobre a plateia.

| 22h

VAMPIROS NA BIBLIOTECA

Performance vampiresca surpresa comandada pela personagem Liz Vamp (Liz Marins).

| 22h30

PERGUNTE AO ZÉ DO CAIXÃO / PERGUNTE À VAMPIRA

Bate-papo entre Liz Marins e José Mojica Marins, que falam sobre suas carreiras.

| 23h

RPG

Coord.: Confraria das Ideias.

A partir da meia-noite, enquanto são exibidas as sessões de cinema, no andar térreo da biblioteca ocorre este jogo de interpretação RPG Live-Action, que se estende até o final do evento.

| 24h

Serviço: Biblioteca Pública Viriato Corrêa. Rua Sena Madureira, 298 - Vila Mariana. Zona Sul. Tel. 5573-4017. Dia 13. Das 22h às 6h. Grátis (ingressos podem ser retirados a partir das 21h)*

*Matéria originalmente publicada no site da Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo.