terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Meu canto mesmo é SP"

"Eu viajo muito para fazer filmagens, fico um mês no Nordeste, outro no Sul, mas acho que meu canto mesmo é São Paulo, principalmente o centro. É muito inspirador. Como eu nunca tive grandes recursos para as produções, sempre usei os locais próximos para filmar.

Eu nasci na Vila Mariana, mas fui criado na Lapa. Morei também uma época na Casa Verde, outra no Ipiranga, mas eu sempre tive escritório na Santa Cecília, onde moro atualmente.

O local que eu mais gosto é o Largo do Arouche, que no passado me inspirou. A minha primeira fita de terror, À Meia-noite Levarei sua Alma, foi feita realmente lá.

Acho que o Arouche sempre teve algo diferente comigo. Sempre usei para muitas fitas, dando impressão de que se estava em outra cidade. É um local muito criativo.

Também gosto do Museu do Ipiranga, acho um lugar muito legal, do Horto Florestal, pois filmei muito por lá e dá para dar a impressão de que se está no Amazonas e, claro, do cemitério da Vila Formosa, acho que é o maior da América Latina".

Fonte: Jornal da Tarde.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Conpresp dá sobrevida ao Belas Artes

Órgão iniciou processo de tombamento do prédio, o que impede reformas sem autorização durante análise do caso, o que levará 90 dias

Por Rodrigo Brancatelli

O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) abriu ontem o processo de tombamento do cinema Belas Artes, na Rua da Consolação, região central de São Paulo. Com a decisão, o prédio que abriga o cinema está "congelado" - não poderá sofrer reformas sem autorização enquanto o tombamento é analisado, o que deve durar até 90 dias.

Isso deve frustrar, pelo menos temporariamente, os planos do dono do edifício, Flávio Maluf, que rescindiu o contrato de aluguel com o cinema e pretende entregar o espaço para uma loja. Até o momento, no entanto, o fechamento do Belas Artes continua marcado para o dia 27.

A abertura do processo significa que o Conpresp admitiu a possibilidade de o edifício ter valor histórico e cultural e, por isso, precisa de tempo para analisá-lo. Não significa a salvação imediata do Belas Artes; o proprietário pode fechar o cinema e mantê-lo assim enquanto o tombamento é discutido. Mas até a decisão definitiva sair, nenhuma modificação pode ser feita no imóvel - ou seja, uma loja não poderia demolir as salas nem alterar a configuração interna do endereço.

Os conselheiros do Conpresp, no entanto, estão longe de ter uma ideia do que fazer com o Belas Artes - muitos deles chegaram a ficar irritados com o lobby de políticos na última semana para proteger o cinema. "Tem muito padrinho, muito cacique, todo mundo falando sobre isso", diz o vereador Adilson Amadeu (PTB), representante da Câmara Municipal no Conpresp. "Se o governo quer tanto salvar o Belas Artes, por que não colocam lá no prédio do Detran? Precisamos analisar esse tombamento muito bem, afinal, o proprietário vai ficar marcado com isso para o resto da vida. Vamos fazer um estudo detalhado dessa situação, não decidimos nada ainda."

O pedido de tombamento foi protocolado no Conpresp na terça-feira da semana passada pela organização social Via Cultural. Foi resultado da pressão popular que já existia contra o fechamento do Belas Artes, que ganhou força quando o ex-governador José Serra (PSDB) "anunciou" o tombamento em um post no Twitter. "Semana passada sugeri ao prefeito (Gilberto) Kassab que tombasse o prédio. Hoje, falei com o (Carlos Augusto) Calil, secretário da Cultura sobre isso", continuou. "Tive a boa notícia: o tombamento vem na terça-feira", finalizou Serra, dando como certo um processo que ainda precisa ser discutido.

Na reunião de ontem, os advogados de Flávio Maluf afirmaram que apenas buscam a atualização do valor do aluguel do imóvel e que o proprietário será penalizado com o tombamento. André Sturm, sócio-proprietário do Belas Artes, diz que o dinheiro nunca foi o tema central da discussão. "Já tínhamos acertado a continuidade do contrato, concordamos em pagar mais de aluguel, mas o proprietário disse: "Cinema é decadente, quero colocar uma loja no meu imóvel", e não houve mais diálogo." Maluf não se pronunciou.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Hoje é o dia :-)

Daiana e Mojica - 01/09/10

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mojica lamenta o fim do Belas Artes

Por Cláudio Leal, para o Terra Magazine.

Depois de vários sobressaltos e ameaças, o anúncio do fechamento do cinema Belas Artes, em São Paulo, comove os seus espectadores. Criado em 1943, um dos redutos históricos dos cinéfilos paulistanos, a casa em breve sobreviverá em necrológios, dentro da tendência de extinção dos cinemas de rua.

O primeiro susto foi o corte do patrocínio do banco HSBC, em março de 2010. Uma campanha por sua sobrevivência garantiu novos patrocínios para o Belas Artes. Mas, no dia 30 de dezembro, o proprietário, André Sturm, recebeu a notificação de que o aluguel não seria renovado; uma loja substituirá o cinema.

Frequentador do Belas Artes, o cineasta José Mojica Marins, o lendário Zé do Caixão, revela uma "tristeza imensa". E ataca, unhas em riste, o desinteresse do Estado por qualquer tipo de arte: "Aqui ninguém se apega a porra nenhuma! Todo mundo está cometendo besteiras, principalmente os políticos em geral".

Terra Magazine - Como o senhor avalia o fechamento do histórico cinema Belas Artes, em São Paulo?
José Mojica Marins - Acho que tudo virou uma zorra total. Aqui ninguém se apega a porra nenhuma! Vejo isso como uma idiotice de outras coisas que estão fazendo. Todo mundo está cometendo besteiras, principalmente os políticos em geral. Agora, só pensam em poder, não pensam em realizar coisa nenhuma. E assim estão sendo os exibidores: fecham, não procuram saber mais nada do público, não dão mais satisfação. Não é como no passado, quando você tinha cinco mil cinemas em São Paulo. De repente, você ia para o exibidor, havia troca de ideias, muito legal. Hoje não tem nada disso.

E os cinemas com preços populares?
É. Foram fechando, fechando... Não sei. Tinha que entrar uma pessoa meio cinéfila, que goste da arte do filme dentro dos planos políticos, para começar a nos ajudar em alguma coisa que nos interessa. Não é só o problema de fechar cinema. Hoje, não estão dando bola nem para o teatro. Não dá pra entender.

A tendência de fechamento dos cinemas de rua prejudica a cinefilia? Em geral, elas não são as casas mais abertas aos filmes independentes?
É prejudicial à cultura, ao cinéfilo... Parece que eles não querem mais que se faça cinema aqui. É prejudicial ao público, que fica sem opção de nada. Isso dá uma tristeza imensa. Em lugar de progredirmos, estamos regredindo.

Qual é a memória do senhor do cinema Belas Artes?
Eu ia de vez em quando, quando eu via uma fita realmente diferente que me interessava, no passado. Eu ia.

Nesse caso, deveria haver uma intervenção da prefeitura, do Estado? Foi uma questão boba, de aluguel.
Que falar com prefeitura... Eles estão em outro mundo! Ninguém está pensando em arte. Ou seja, teatro, televisão, cinema. Quem está no poder só está pensando em si, no bem-estar da família... e acabou!

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Saiba como foi a campanha "Salve o Belas Artes: Tudo Pode Dar Certo" em http://patrocineocinemabelasartes.blogspot.com.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Zé do Caixão no CCBB

Confira como foi a mostra dos filmes de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, realizada no ano de 2007 no Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília e conheça mais da obra e da história do cineasta.