quarta-feira, 17 de março de 2010

Criando a cena


Ele acredita no que é brasileiro. Nas histórias e facetas que podem acontecer em nosso folclore.
Insano não, louco talvez. O cinema é sua vida, no começo com uma câmera 8 milímetros. Utilizou acrobacias e escadas para promover uma cena de procissão. Conseguiu contracenar no meio da turbulência de 1963. A ditadura até tentou repreender, mas sua resistência foi muito maior.
É isso, ele se resume em criador e criatura. Às vezes andam juntos. Tem que tomar cuidado com isso.
José Mojica Marins ou Zé do Caixão? Qual promove mais medo?
Em sua carreira, Marins desafiou a trajetória do cinema. Com muitas críticas e trabalhando muitas vezes sozinho “sem cultura e dinheiro”, fez o terror acontecer cenário brasileiro.
E não podemos deixar de lembrar na sua criação preferida, seu personagem Zé do Caixão. Nascido no meio de um sonho, numa fase crítica de criação de filmes. Seu personagem nasce para “cutucar” ainda mais os críticos e sociedade.
Mojica é um dos maiores artistas multimídia da história do Brasil. Fez muito sucesso em cinema, TV, rádio, livros, revistas em quadrinhos, teatro e discos. Mesmo com críticas e sendo julgado como um débil mental. Por mais que as mídias o condenassem, ele conseguia “roubar” a cena.
Tudo isso aconteceu e muito mais. Marins realizou um grande sonho que foi fazer cinema, uma das artes mais caras do mundo, em um país pobre, e detalhe, sem ter estudado e sem amigos influentes. Nossa história não termina por aqui. Temos um pouco mais de 50 anos para falar.

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