quarta-feira, 5 de maio de 2010

Muito além do cinema

Burburinhos de todos os tipos a respeito de José Mojica Marins ecoam bueiros a fora. Quando se fala de seu personagem Zé do Caixão é ainda pior: as estórias se multiplicam. De fato as vidas de Marins e seu alter ego têm grandes peculiaridades.

Eles já foram de tudo um pouco — e, ao menos neste blog, chega de puxar o saco do cara, ou mesmo apontar essas mil coisas insanam que figuram no currículo do ator e diretor.

O que poucos sabem sobre Zé do Caixão é que ele já foi até carro. Explico. No final da década de 1960, a Volkswagen fabricou o VW 1600. Lançado para concorrer com o Corcel, da Ford, o VW ganhou notoriedade por ser "diferente". O formato de caixote e as maçanetas semelhantes a alças de caixão deram um ar, no mínimo, lutuoso ao veículo.

Convidado pela Volkswagen para fazer os comerciais do carro à época, Mojica, sempre oportunista, e seu então empresário pediram à montadora o dobro do valor proposto — além de exigir um carro para o diretor. Resultado: a Vw não aceitou e, para má sorte de Mojica, a população começou a associar o carro a Zé do Caixão sem precisar de propaganda.

Mas Zé — o carro — não viveu por muito tempo. Aliás, não nasceu mais — ainda há alguns Zés do Caixão rodando por aí. A produção do veículo se iniciou em 1968 e parou em 1971. Um engenheiro disse ao Portal G1 que, provavelmente, o insucesso do VW 1600 foi ocasionado por ele ter 4 portas — o que, naquela época, fazia o veículo ser associado a táxis.

Fiquei triste quando ele deixou de ser produzido e contente por saber que é bem conservado na mão de colecionadores. Hoje é um carro precioso e quem tem sabe o seu valor”, diz seu Zé sobre o xará.

Nenhum comentário:

Postar um comentário