
O título pode até soar estranho, mas não é. Aos mais céticos, vale conferir a programação da 4º Bienal do Livro de Rio Preto, que ocorreu do dia 30 de abril até 09 de maio, no Centro de Educação, Cultura e Artes - Swift, em São José do Rio Preto, para ter certeza de que o mestre do terror esteve por lá contando estórias para a criançada.
O alter ego de Zé do Caixão, José Mojica Marins, participou da feira mediando uma roda de leitura, no último sábado, que pode ser intitulada no mínimo de atípica. Encarnando seu personagem maléfico, o diretor esbravejou histórias do mal ao público infantil. A Cobra sem Veneno, Comunicação com os Mortos e Funeral para um Adolescente foram algumas das anedotas fúnebres, escritas por Mojica, que o coveiro proferiu aos infantes.
Contudo, engana-se quem pensa que só o terror reinou na Bienal. O tom mefistofélico da voz de Zé do Caixão acabou se apaziguando e dando espaço para o simpático Mojica que, rapidamente, conquistou as crianças. Até o mais malvado personagem do terror brasileiro perde as forças ao lidar com os pequenos.
Além disso, vale lembrar que a grande sina do personagem Zé do Caixão é encontrar uma mulher que lhe dê o filho perfeito; ou seja, Zé se identifica com os piralhos. “Gosto do mundo infantil e de escrever contos de terror”, disse Mojica no final da década de 1980.
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