sexta-feira, 23 de abril de 2010

Porn Marins IV: O fim da saga


Começar este texto dizendo que Mojica é isso ou aquilo não é preciso. No último post pornográfico deste blog, vamos direto ao ponto G. O sucesso obtido com o terceiro longa erótico que leva o nome de Marins e Mário Lima na direção, 24 Horas de Sexo Explícito, animou os diretores. Lima não titubeou e resolveu investir parte do lucro na produção de 48 Horas de Sexo Alucinante, contratando mais de trinta dos melhores profissionais da Boca.

Marketeiro de plantão, Mojica resolveu se promover misturando ficção e realidade, iniciando este quarto filme com uma cena que mostra as filas num cinema que exibia 24 Horas. Após isto, Lima e o mentor de Zé do Caixão são chamados para uma reunião com doutora Margareth, sexóloga especialista no estudo do sexo entre animais. A ‘profissional’ se propõe a bancar uma outra película da dupla e revela ter um sonho de infância: fazer sexo com um touro.

No enredo da fita, os diretores / atores tentam encontrar meio de realizar a tara da doutora. Eles acabam construindo uma vaca mecânica, na qual Margareth figuraria em seu interior confortavelmente e atrairia, assim, algum touro ouriçado para consumação do sexo animal / humano. Contudo, o plano não dá muito certo e a vaca humana acaba tendo de se contentar com um sujeito vestido de bumba-meu-boi. Ainda assim, feliz por ter seu desejo de infância consumado, a doutora celebra o sucesso de seu “estudo” com Mário Lima e Marins.

Insucesso

No fim das contas, 48 Horas não causou o impacto esperado. Seu antecessor, 24 Horas de Sexo Explícito, foi melhor recebido por ter ar de novidade — já que trouxe às telas tupiniquins, praticamente pela primeira vez, a zoofilia. No entanto, a inovação de Mojica acabou virando um tiro no pé, vez que, após o sucesso de 24 Horas, diversos diretores da Boca acabaram copiando a ideia e transformam o entorno numa verdadeira arca de Noé. Por conta disso, 48 Horas não chocou o público.

Mário Lima havia prometido investir o lucro que obtivesse num novo filme de Zé do Caixão. Infelizmente, a bilheteria foi bem abaixo do esperado e não sobrou grana para Mojica filmar o tão sonhado Encarnação do Demônio à época.

O que restou disso para o público e para o próprio Mojica foi a prova de que com pensamentos do além e excentricidade, mesmo no cinema pornô, pode-se causar estardalhaço e superar expectativas. O surreal, o inadmissível, o genial, o bizarro, o lisérgico e o improvável sempre fizeram, e sempre farão, parte da obra de Marins.

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