Pode-se até dizer que agora o “mestre do terror” recebe tratamento de rei. Situação bem diferente se compararmos à época em que o cineasta iniciou sua carreira. Naquele tempo, apesar dos fãs que conquistava, Mojica era desprezado pela crítica nacional e censurado pelo governo.
Este quadro só começou a mudar quando críticos de outros países, incluindo os Estados Unidos - dono de uma das mais importantes indústrias cinematográficas do mundo -, reconheceram seu trabalho e o denominaram cult. A partir daí, seus filmes atingiram alcance internacional (nos “States”, ele é reverenciado e chamado por Coffin Joe).Mojica já recebeu elogios em publicações importantes, como as revistas norte-americanas Cult Movies e Billboard, e a francesa Cahiers du Cinema. Foi também homenageado, recebendo prêmios em Portugal, Espanha, França e Holanda. Em um festival no Canadá, por exemplo, chegou a ouvir a seguinte frase: “Não fique triste, porque se no Brasil eles não sabem quem é José Mojica Marins, nós aqui sabemos [...] E aqui é o primeiro mundo, lá é o terceiro. Então, você tem que perdoá-los. Não os leve a sério”.
Sabemos que são poucos os cineastas brasileiros reconhecidos no exterior. E José Mojica Marins, criador de um estilo próprio, conseguiu mesmo depois de anos alcançar lugar de destaque. Como disse certa vez Steven Spielberg, “se esse homem tivesse nascido do outro lado do continente americano, sua história seria bem diferente”. Demorou, mas os louros começam a ser colhidos.
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