segunda-feira, 10 de maio de 2010

Parte III - Vila Anastácio

Os bons ventos voltaram-se mais uma vez para a família Marins. Em meados de 1942, o cinema estava muito bem. Antônio já não dava conta de todo trabalho. Resolveu então contratar mais uma pessoa para ajudá-lo. Pensando mais uma vez no bem estar da sua família e na felicidade de Carmem, Antônio decidiu oferecer o emprego para Atílio, marido de sua cunhada, Conceição.
O casal acabava de ter uma filha, Lurdes, e passavam por sérias dificuldades. Atílio trabalharia a noite na bilheteria do cinema em troca de moradia. Ao lado da sala de projeção havia um apartamento com quarto e cozinha.
A proposta beneficiou a todos. As duas irmãs revezavam-se tomando conta de José e Lurdes, além de que, Carmem teria mais de tempo para ajudar na administração da bomboniere.
José apreciava sua vida excitante. Sei pai era um homem de espetáculos e muito respeitado pela vizinhança. Antônio possuía um hobby, às vezes juntava-se ao irmão Miguel para tourear no Circo Chic Chic. De vez em quando levava o menino para acompanhá-los nas viagens. José adorava, uma vez seu pai o confiou uma tarefa muito importante, o pequeno ficaria responsável por recolher as moedas e os chapéus que o público lançava na arena. Ao término das apresentações o garoto corria para apanhar todas as moedinhas e agradecer os aplausos. Já se sentia como um verdadeiro artista.
Mas o que o menino mais gostava, era da sala de cinema do Cine Santo Estevão. Lá teve suas primeiras experiências cinematográficas. Sempre após o lanche da tarde, ele corria para assistir ao seriado preferido, Flash Gordon, o herói espacial.

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